domingo, 17 de junho de 2007

Portugal não faz reciclagem de fraldas

"Em Portugal não há nenhuma unidade de reciclagem" de fraldas, lamenta Rui Brekemeier, da Quercus, porque não se faz a separação destes resíduos do restante lixo orgânico e o "ambiente é muito lesado por este tipo de produtos", afirma.

A solução seria que as instituições que recebem doentes com incontinência urinária fizessem a separação das fraldas dos restantes resíduos, esse já seria "um passo importante", explica Brekemeier, que acredita que, "mais cedo ou mais tarde", Portugal vai ter unidades de reciclagem destas matérias, tal como já acontece em alguns países.
"Na Holanda, por exemplo, reciclam-se a fraldas separando a parte impermeável, em plástico, da celulose, mas há sempre uma grande parte destes resíduos que não é recuperada", observa o dirigente da Quercus.
Esta associação ambientalista já estabeleceu vários contactos com empresas para se começar a fazer reciclagem em Portugal, "mas até ao momento nunca se avançou efectivamente" com este projecto. "Mas estaremos disponíveis para colaborar e ajudar a angariar clientes". Rui Brekemeier resume que essa conquista seria "uma mais valia" para o País.
A falta de separação das fraldas do restante lixo orgânico dificulta a quantificação deste tipo de resíduos. No entanto, e segundo dados de 2005, disponibilizados ao DN pelo presidente da Empresa Geral do Fomento (EGF), responsável pela Valorsul - gestora dos resíduos da região de Lisboa - António Branco, as fraldas descartáveis representam em alguns municípios 7% do total dos resíduos, o que equivale em termos absolutos a 35 mil toneladas.
In “Diário de Notícias” de 28 de Maio de 2007
SÓNIA CORREIA DOS SANTOS
D.R. (imagem)